sábado, 20 de junho de 2009

Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.


Ó hipocrisia humana grande senhora da moral
Tú gelas as veias de quem te fazes de escudo
Tú inibi o sonho dos sonhadores que não asteiam tua bandeira
Mãe da fome e da iniqüidade
Hipocrisia que poda as idéias
Que inibi os prazeres
Tú que és uma desalmada, uma invejosa
Tú hipocrisia inerte e triste
Porque tua grande vontade é gritar o que ardes em tuas pernas
É gemer de gozo nos teus sonhos
Sonhos estes que nunca realizarás porque hipócrita, não se permite gritar o âmago do seu desejo
A como rio de ti, como regozijo de tua sina
Não tenho dó de tu hipócrita porque cavaste tua própria tumba.
Tú sim me inveja, me permeia, me segue,
Porque tu ó hipócrita desejas ser o que sou, LIVRE !!!!!!


Dom Marc



“Não existe entrega sem submissão. Não existe submissão sem conhecimento. Não existe conhecimento sem confiança. Não existe confiança sem o tempo…”



Toma-me.
A tua boca de linho sobre a minha boca Austera.
Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.
Tempo do corpo este tempo. Da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.
Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu delinqüescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa

De púrpura. De prata. De delicadeza.

Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.
Pablo Neruda



Já és minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalho, devem dormir agora.
Gira a noite sobre suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como âmbar dormido...
Nenhuma mais, amor, dormira com meus sonhos...
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma viajará pela sombra comigo, só tu.
sempre viva. sempre sol... sempre lua...
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo...
teus olhos se fecharam como

duas asas cinzas, enquanto eu sigo a água
que levas e me leva.
A noite... o mundo... o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho...

Pablo Neruda



Dominação e submissão
A escravidão da alma é aquela da qual você não pode fugir nem se esconder, porque mesmo negando você já está entregue fica a mercê de seu dominador, mesmo lutando contra é mais forte que você o desejo de ser dominada.
A alma escrava ultrapassa limites, desvenda caminhos, abre-se a novas sensações e emoções. Sua boca diz sim mesmo com sua razão dizendo Não. Seu corpo geme de dor, porém seu desejo grita por mais, esta é a magia de uma relação BDSM, é a entrega incondicional da alma e do corpo de uma submissa o seu Algoz.
Enfim, a alma escravizada pertence àquele que a Domina, o Dominador tem por responsabilidade guiá-la por caminhos desconhecidos, tirar dela o mais profundo desejo existente em sua alma de mulher, como o dever de uma submissa é se entregar sem reservas e confiar nas mãos em que depositou seu corpo, sua mente e sua alma.
Essa entrega sublime e completa faz com que a relação D/s atinja a plenitude.